sexta-feira, 25 de maio de 2012

A nova batalha de Hollande

Vista do plenário da Assembleia Nacional (L'Assemblée nationale/DR)
Depois da eleição presidencial que fez o socialista François Hollande vencedor, agora é a vez dos franceses renovarem os 577 assentos da Assembleia Nacional, câmara baixa do Parlamento.

Segundo as regras eleitorais em vigor na França, o pleito deve ser realizado em dois turnos. Num primeiro momento, é eleito apenas o candidato com a maioria absoluta dos votos válidos do distrito eleitoral. Logo em seguida então realiza-se um segundo turno para o preenchimento das cadeiras remanescentes. As datas marcadas para os pleitos são 10 e 17 de junho, e serão um grande teste para o presidente Hollande.


Caso tudo dê certo, o bloco do PS (Partido Socialista) do presidente conseguirá maioria na Assembleia Nacional, mas caso aconteça o contrário, uma vitória então da direita liderada pela UMP (União por um Movimento Popular) do ex-presidente Nicolas Sarkozy, Hollande será obrigado a conviver com um premier direitista, assim como aconteceu com François Mitterrand em diversos momentos de sua presidência, o que na França leva o nome de cohabitation.

Segundo pesquisa realizada entre os dias 18 e 19 de maio pelo instituto Ifop, com margem de erro de 3,3%, 34,5% votarão no bloco do PS, 32,5% votarão num candidato da aliança comandada pela UMP, 16% na Frente Nacional, 7% na Frente de Esquerda e 10% em outros partidos.

Ao que tudo indica, nenhum bloco partidário conseguirá 50% dos assentos na câmara baixa, logo será essencial a formação de alianças com partidos menores para se alcançar mais da metade de apoio dentro da Assembleia Nacional.

As previsões apostam na continuação de Jean-Marc Ayrault como premier, uma vez que é quase impossível a aliança da UMP com o partido de extrema-direita Frente Nacional. Em relação ao apoio ao PS, é bem provável, como aconteceu em pleitos anteriores, que todos os partidos de esquerda se unam para formarem uma base de apoio larga ao chefe de governo de Hollande.

 Com uma personalidade discreta, séria, amante do trabalho em equipe e com o trunfo de ser um germanófilo, Ayrault foi escolhido para chefe de governo principalmente para ser essencial nas negociações com Berlim sobre a amenização das medidas de austeridade na Europa.

Enquanto as eleições não chegam, vale acompanhar a campanha e as sondagens, uma vez que o futuro da França depende substancialmente da eleição desses deputados, pois com isso se saberá que postura François Hollande adotará de fato contra a crise europeia.

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